Hidroxicloroquina e COVID-19: uma análise abrangente

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar os poucos estudos duplamente cegos e randomizados existentes sobre o uso do fármaco “Hidroxicloroquina” no tratamento da patologia COVID-19, no período compreendido entre 11 de Março, data em que a OMS declarou a existência da pandemia e o final do ano civil de 2020. Para melhor contextualização do tema, realizamos um breve resumo histórico e farmacológico da hidroxicloroquina, bem como uma breve descrição da fisiopatologia da COVID-19. Em seguida, efetuamos uma seleção entre os estudos encontrados, considerando existência de grupo de controlo e distribuição randomizada dos sujeitos entre os grupos, e outcomes “necessidade de ventilação mecânica” e “morte”. Para enriquecer o tema, trouxemos também alguns dados relativos a outras investigações de usos do fármaco durante a pandemia, e as respetivas evidências que daí surgiram. Hoje, sendo já consensual por parte da OMS e das agências reguladoras de medicamentos a ausência de eficácia desse fármaco, esperamos que o presente artigo sirva como um pequeno registro histórico de uma das tantas tentativas, ricas em expectativas e pobres em resultados, verificadas ao longo da pandemia.